Modos Gregos - Parte 1 - Introdução
Oi! Tudo bem? Conforme o prometido e atendendo a pedidos, hoje eu estou dando início a uma série de vídeos e artigos sobre os Modos Gregos. E nesse primeiro episódio eu explico o que são os modos e como você pode começar a praticar e aplicar eles na prática. Além disso, o objetivo também é possibilitar que você vá acostumando o ouvido com as sonoridades dos modos.
Os Modos Gregos são sonoridades que conseguimos obter por meio da inversão das notas de uma Escala Maior. Para ilustrar isso, vamos utilizar uma analogia com a palavra Guitarra: se tirarmos a letra G do início e colocarmos no final da palavra, a letra u que era a 2ª passa a ser a 1ª e a palavra vira Uitarrag, se passarmos a letra U para o final, fica Itarragu, se passarmos a letra I para o final, fica Tarragui, se passarmos a letra T para o final, fica Arraguit, se passarmos a letra A para o final, fica Rraguita, e assim por diante... Perceba que, mesmo sendo sempre as mesmas letras, o fato de invertermos ordem faz com que a palavra mude totalmente o sentido.
É mais ou menos isso que acontece com a escala, porém é mais difícil perceber auditivamente as diferenças entre os modos, por isso é necessário familiarizar e treinar o ouvido para identificar as diferentes sonoridades. Vamos exemplificar utilizando a escala de Dó Maior (C), que possui as notas C, D, E, F, G, A, B.
Assista ao vídeo e leia o restante do artigo abaixo. Mãos à obra!
Modo Jônio:
O Modo Jônio é o 1º modo da Escala Maior, ou seja, é obtido quando utilizamos a Escala Maior partindo da sua 1ª nota, adotando esta como tônica. No caso da Escala de Dó Maior (C), ela fica com as notas nesta ordem: C, D, E, F, G, A, B, C. Veja a seguir:
Ex. 01 - Digitação de C Jônio:
É importante que você entenda que o modo não é dado pela digitação ou Shape, mas sim pela forma como as notas da escala estão organizadas, e também pelo contexto harmônico, que vamos ver nos próximos episódios. Podemos tocar exatamente a mesma escala de várias formas, como você pode ver no exemplo a seguir:
Ex. 02 - Mais digitações para C Jônio:
Ex. 03 - Riff em C Jônio:
Do ponto de vista dos intervalos, o Modo Jônio tem a seguinte estrutura:
T, 2M, 3M, 4J, 5J, 6M, 7M. O Modo Jônio está relacionado ao 1º acorde do Campo Harmônico Maior, que neste exemplo é um C ou C7M.
Modo Dórico:
Quando iniciamos a Escala Maior pela sua 2ª nota e a enfatizamos, dando a entender que agora esta é a nota principal, temos o Modo Dórico. No caso da escala de C, a nota D será a tônica deste modo e ele vai ficar assim: D, E, F, G, A, B, C, D. Veja o exemplo a seguir:
Ex. 04 - Digitação de D Dórico:
Ex. 05 - Riff em D Dórico:
Do ponto de vista dos intervalos, o Modo Dórico tem a seguinte estrutura:
T, 2M, 3m, 4J, 5J, 6M, 7m, tendo como intervalo característico o de 6M. O Modo Dórico está relacionado ao 2º acorde do Campo Harmônico Maior, que neste exemplo é um Dm ou Dm7.
Modo Frígio:
Quando iniciamos a Escala Maior pela sua 3ª nota e a enfatizamos, dando a entender que agora esta é a nota principal, temos o Modo Frígio. No caso da escala de C, a nota E será a tônica deste modo e ele vai ficar assim: E, F, G, A, B, C, D, E. Veja o exemplo a seguir:
Ex. 06 - Digitação de E Frígio:
Ex. 07 - Riff em E Frígio:
Do ponto de vista dos intervalos, o Modo Frígio tem a seguinte estrutura:
T, 2m, 3m, 4J, 5J, 6m, 7m, tendo como intervalo característico o de 2m. O Modo Frígio está relacionado ao 3º acorde do Campo Harmônico Maior, que neste exemplo é um Em ou Em7.
Modo Lídio:
Quando iniciamos a Escala Maior pela sua 4ª nota e a enfatizamos, dando a entender que agora esta é a nota principal, temos o Modo Lídio. No caso da escala de C, a nota F será a tônica deste modo e ele vai ficar assim: F, G, A, B, C, D, E, F. Veja o exemplo a seguir:
Ex. 08 - Digitação de F Lídio:
Ex. 09 - Riff em F Lídio:
Do ponto de vista dos intervalos, o Modo Lídio tem a seguinte estrutura:
T, 2M, 3M, 4A, 5J, 6M, 7M, tendo como intervalo característico o de 4A. O Modo Lídio está relacionado ao 4º acorde do Campo Harmônico Maior, que neste exemplo é um F ou F7M.
Modo Mixolídio:
Quando iniciamos a Escala Maior pela sua 5ª nota e a enfatizamos, dando a entender que agora esta é a nota principal, temos o Modo Mixolídio. No caso da escala de C, a nota G será a tônica deste modo e ele vai ficar assim: G, A, B, C, D, E, F, G. Veja o exemplo a seguir:
Ex. 10 - Digitação de G Mixolídio:
Ex. 11 - Riff em G Mixolídio:
Do ponto de vista dos intervalos, o Modo Mixolídio tem a seguinte estrutura:
T, 2M, 3M, 4J, 5J, 6M, 7m, tendo como intervalo característico o de 7m. O Modo Mixolídio está relacionado ao 5º acorde do Campo Harmônico Maior, que neste exemplo é um G ou G7.
Modo Eólio:
Quando iniciamos a Escala Maior pela sua 6ª nota e a enfatizamos, dando a entender que agora esta é a nota principal, temos o Modo Eólio. No caso da escala de C, a nota A será a tônica deste modo e ele vai ficar assim: A, B, C, D, E, F, G, A. Veja o exemplo a seguir:
Ex. 12 - Digitação de A Eólio:
Ex. 13 - Riff em A Eólio:
Do ponto de vista dos intervalos, o Modo Eólio tem a seguinte estrutura:
T, 2M, 3m, 4J, 5J, 6m, 7m, tendo como intervalo característico o de 6m. O Modo Eólio está relacionado ao 6º acorde do Campo Harmônico Maior, que neste exemplo é um Am ou Am7.
Modo Lócrio:
Quando iniciamos a Escala Maior pela sua 7ª nota e a enfatizamos, dando a entender que agora esta é a nota principal, temos o Modo Lócrio. No caso da escala de C, a nota B será a tônica deste modo e ele vai ficar assim: B, C, D, E, F, G, A, B. Veja o exemplo a seguir:
Ex. 14 - Digitação de B Lócrio:
Ex. 15 - Riff em B Lócrio:
Do ponto de vista dos intervalos, o Modo Lócrio tem a seguinte estrutura:
T, 2m, 3m, 4J, 5d, 6m, 7m, tendo como intervalo característico o de 5d. O Modo Lócrio está relacionado ao 7º acorde do Campo Harmônico Maior, que neste exemplo é um Bm(b5) ou Bm7(b5).
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